domingo, 6 de fevereiro de 2011

Essa ciranda é de todos nós

Como surgem suas cirandas? “Escrevendo, lendo e cantando”.

Assim é Maria Madalena Correia do Nascimento, ou, simplesmente Lia de Itamaracá: descomplicada como a própria ciranda.
O jeito sério se desmancha quando fala sobre sua música. A resposta é rápida, sem reticências, quando perguntada sobre o que sente quando canta: Feliz!

A cirandeira e merendeira (isso faz questão de frisar), figura ilustre na Ilha de Itamaracá, Pernambuco, completou 64 anos em 12 de janeiro e parece ter disposição para muitos outros anos de ciranda. Sua voz forte completa a marcação do bombo, tocado enquanto cata para os brincantes. Mas o cenário não é sua casa. Não tem pé na areia de uma praia em Itamaracá. Os brincantes da cidade de pedra fizeram da iluminação do palco, a Lua e do chão de cimento, a areia branca.

Os paulistanos abriram espaço para Lia entrar.




O SESC Pompéia ficou em festa dia 13 de março para ouvir cirandas, loas de coco, maracatus e frevos. O repertório faz parte de “Ciranda de Ritmos”, o terceiro disco em 31 anos na carreia de Lia.

As letras simples falam sobre amor, “coisas” do nordeste ou, simplesmente, da própria ciranda. Tudo isso marcado com caixa, ganzá, surdo, trombone, saxofone e trompete faz com que a alma voe.

Mãos, pés e corpos flutuam, mesmo quando se está fora da roda.

A dança é democrática e fácil de se acompanhar. Talvez esteja aí o mistério da magia de cirandar: quando se entra na roda, não importa quem está ao lado. Pode ser velho, novo, rico ou pobre. As mãos podem ser finas, grandes, quentes ou suadas. Ali, tudo é uma coisa só. O movimento com os pés e mãos imitam o vai e vem das ondas e todos rodeiam sorrindo. Dá vontade de gritar: desce daí, Lia! Vem com a gente brincar!

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